segunda-feira, 9 de julho de 2012

Você está preparado para a Olimpíada?

Estive recentemente em Londres. Falei disso dois posts atrás. E estive lá quando faltava um mês para o início dos jogos. Disseram-me antes que a cidade não tinha aderido ao espírito olímpico até então. Não posso falar dos cidadãos. Não tenho essa intimidade com os ingleses para saber como eles se portam em acontecimentos como esses. Mas Londres me parecia carregar no peito – ou nas fachadas e decorações – a medalha olímpica.

O povo foi conferir os anéis olímpicos instalados na Tower Bridge quando faltava um mês para o início dos Jogos

Adoro Olimpíada. Ainda era pequena quando comecei a prestar atenção nisso. Não tenho memória vívida de cenas como conquistas, saltos, disputas, mas lembro do meu pai comentando coisas. Ele é um entusiasta de esportes. Uma de minhas irmãs, inclusive, tem o nome de uma importante ginasta russa.

A primeira Olimpíada de que me recordo é a de Moscou, em 1980, a do ursinho Misha (como eu me espantei na época quando ele se “mexeu” e quando “chorou” na despedida dos jogos; pensando bem, eu me espanto até agora porque ali não se tratava de tecnologia e sim de gente). Depois dessa imagem, nunca mais me emocionei tanto vendo os Jogos. Antes devo explicar: eu curto muito acompanhar as olimpíadas. Só a emoção de ter visto o Misha chorar não se igualou a nenhuma outra. 

O ursinho Misha está aí, neste vídeo

Voltemos, porém, a Londres 2012. Andei muito de metrô pela zona 1, a dos principais bairros da cidade. E em todos os lugares via mensagens com orientações para a população evitar o caos nos dias olímpicos. Verdade. Se no dia a dia as linhas do metrô e dos trens já são bastante disputadas, imaginem nos Jogos. 

Trafalgar Square exibindo o relógio olímpico (já o enxergou na foto?). Os Jogos serão disputados entre 27 de julho e 12 de agosto

Das mensagens que li, ficou-me a impressão de que o importante é não sair de casa para trabalhar durante a Olimpíada. Se puder fazer home office, faça. Esse é o recado. Fiquei pensando se isso seria aplicável para o Rio de Janeiro. As realidades são tão diferentes hoje... Mas daqui a quatro anos quem sabe não será mais fácil mesmo trabalhar de casa, sem a necessidade de se deslocar pela cidade.

Meu lado prático, porém, me diz outra coisa. O “trabalhe de casa” simplesmente se tornaria “não trabalhe”. E assim as pessoas “discutiriam” seus afazeres dos bares e botecos. Isso, claro, para quem pudesse fazer isso. Supermercados precisam de caixas, atendentes, por exemplo. A menos que em 2016 os sistemas de pagamento estejam tão automatizadas que o fulano chegará com sua cesta de produtos, fará a leitura do código de barras e destravará o sistema que dispara o alarme antifurto assim que o pagamento for registrado. Isso quase existe em Londres já. Há supermercados que fazem tudo isso, exceto a parte de “destravar o alarme antifurto”. Bom, se incluem isso eu não descobri porque paguei minhas compras direitinho.

Outro recado dado pelas peças espalhadas pelo metrô explica que estações ficarão particularmente lotadas. Isso porque elas serão pontos de locomoções para atletas, delegações, jornalistas... 

Não lembro que estação era esta (era uma linha da DLR), mas ia para Stratford, onde está o Parque Olímpico

Enquanto estive lá também lançaram um bonde que une duas regiões já na zona 2, mas que estão compreendidas na área que será impactada pelos Jogos (dúvida: toda a cidade será impactada? Quero dizer, mais diretamente?). Havia o medo de que a obra fosse entregue apenas depois das competições. Ou seja, não é só aqui que paira esse temor. 


Das bandeirinhas espalhadas por Londres por conta do Jubileu da raínha às bandeirinhas celebrando os Jogos. No alto, a vitrine de uma loja perto do Hyde Park e, logo acima, a loja da National Gallery

Lojas e redes de varejo estão fazendo sua parte. Em frente ao Parque Olímpico, no shopping Westfield Stratford City, por exemplo, a gigante John Lewis tem uma área exclusiva para os jogos, com direito a uma janela imensa com vista para uma parte da “cidade” criada para o evento. Vende-se toda sorte de penduricalhos e lembranças. Eu adquiri algumas coisas. As embalagens trazem informações e curiosidades olímpicas. E no espaço grupos escolares fazem um “passeio” para saber mais sobre a competição e os esportes em disputa. 






A rede John Lewis abriu um espaço diferente para a Olimpíada na unidade do novo Westfield Stratford City, shopping cheio de marcas renomadas. A área tem até vista para o parque olímpico

Acho que o clima está instalado – pudera! Falta tão pouco tempo. Havia o London Festival, com peças, apresentações, espetáculos ao ar livre. E também foi lançada a música do Muse que embala os Jogos. Ela já se encontra no YouTube. Espero que os ingleses façam desta a primeira Olimpíada social de verdade. Social, de mídia social - há links oficiais para o evento (o site oficial está aqui, bem como estão relacionadas as páginas do Twitter, do Facebook e do YouTube). Não sei como estão os projetos para legar algo à população, nem estou por dentro de ações que beneficiem o público mais carente da cidade. Mas acho que esse pode ser um papel nosso, do Brasil, para os Jogos de 2016. 

O relógio paralímpico, cujos Jogos acontecem após as competições que começam no dia 27(sobre a foto, desculpem minha falta de graça. É difícil ser charming qdo se sabe que todos te olham correndo para conseguir se posicionar depois de disparado o timer da máquina. Cada bobagem que faço)

Já embarquei no espírito olímpico. Tô na contagem, esperando que os Jogos comecem logo. Estou pronta. Então, que venha Londres 2012!



"Survival", a música do Muse para os Jogos. A versão liberada pelo IOC (o comitê internacional) está aqui (ele não abre no blog): vídeo que não consegui subir.

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