segunda-feira, 16 de julho de 2012

No sacrifício

O Torero escreveu nesta segunda-feira, 16, na Folha sobre a Meia de Sampa. Devo parabenizá-lo por ter corrido uma meia maratona. Ainda estou muito longe disso. Eu nem sabia que ele corria. E, pelo que li, tem tempo que ele treina (até descreve a média dos quatro primeiros quilômetros que desejava cumprir... eu não faço isso). Treina com orientação. Não estou nesse estágio. Não tenho planilhas, não tenho orientador. Corro com informação, sim. Mas minha prática é muito amadora. 

Vou colecionando experiências e aprendendo. E leio bastante. Ouço bastante. No caso da prova do domingo, eu ouvi, mas não dei muita atenção aos conselhos das pessoas. Estava gripada e me disseram que eu não deveria correr. Bem, não quis ouvir esse conselho e não me arrependo. Eu queria correr. Era minha primeira prova de 10 km. Não me arrependo, mas garanto que foi muito doloroso para mim. Foi a prova mais difícil que tive. Não pelo percurso.

Foto de Lena Castellón
A Meia de Sampa foi a corrida mais difícil que disputei. O trajeto era até fácil, mas as minhas condições...

Estava bem gripada entre quinta e sexta. Sábado fiquei de molho. Estava mal. Domingo acordei às 4h30, acreditando que estava melhor. Lembrar que o domingo 15 foi a manhã mais fria do ano já dá a dimensão do que eu encarei? Verdade que eu não sabia disso na hora. 

Fui encapotada ao jockey, local da prova (coloquei um velho legging de academia, que cobre até quase o tornozelo, e uma calça molinha por cima, para aquecer as canelas. Uma camiseta de manga longa, que não era a da prova, e uma blusa quentinha por cima. Levei um lenço verde e branco no pescoço pra proteger a garganta no começo e pra servir de toalha no final da corrida. E, por cima de tudo, cometi um atentado à moda porque usei um xale preto para me dar mais calor). Fui bem vestida assim para o meu destino e apostei no transporte público. Surpresa: o trem atrasou. Eu tinha saído às 5h30.

Foto de Lena Castellón
O dia amanheceu bonito, mas fez pouco mais de 8 graus. Até então, a manhã mais fria do ano
Cheguei em cima da hora - a prova era às 7h -, correndo para conseguir pegar meu kit (que recebi da Nextel. Obrigada, Nextel!!!) e o chip da prova. No estande da Nextel mesmo, tirei a calça molinha e troquei a camiseta, expondo meu corpo àquele vento matinal. Estava na largada ainda ajeitando som quando cruzei a faixa que marca o primeiro segundo de corrida. Não tinha conseguido ajustar direito o Nike+, nem o aplicativo do celular (essa parte foi aos tropeços). Isso não complicou meu início, creio, porque sempre tem muita gente correndo ao mesmo tempo. Na largada, já estava com a blusa amarrada na cintura. Eu a levei porque pensava que, no final da prova, teria de vestir logo p/ não ameaçar uma recaída da gripe. De fato, na hora, eu estava quente de tanta correria para conseguir chegar ao local, pegar kit, chip, me arrumar e me preparar para a largada. Não fiz nada daquilo que muitos dizem: mentalizar a prova. Não deu tempo.

Quando cheguei o pessoal se preparava; eu ainda tinha de buscar kit de corrida e chip. Atraso por causa do trem

Acho que fui bem até pouco mais da metade da minha prova (10 km). Tirei o lenço do pescoço por volta do quilômetro 3. Não peguei a água no primeiro posto. Não gosto. Até porque eu só bebo um tico e acho um desperdício jogar tanta água. E também não gosto de lançar o copo no chão. Então, quando pego, tento beber o máximo que dá e depois procuro um lixo para jogar o copo. Daí porque não pego tudo que se oferece. Fui pegar o copo perto do quilômetro 5. E foi ruim. 

Como disse, estava gripada. Mas, até aquele momento, não estava sentindo tanto assim qualquer efeito. Não conseguia respirar bem pelo nariz. Tudo bem. Já corri muito assim. Só que não tinha prestado atenção ao fato que estava levando muito ar gelado para meus pulmões. Fui perceber isso porque peguei o copo d'água para molhar a boca. Ela estava bem seca. Os lábios também. Bebi um gole. Gelada! Como é foram gelar a água daquele jeito?!

Tomei uns goles e não suportei mais. Minhas mãos ficaram tão frias que nem parecia que eu já tinha corrido 4 quilômetros. Fui até um cesto de lixo. Parei um segundo para dar mais um gole e joguei o copo. Aquilo me gelou por dentro. Foi nesse instante que me toquei que eu já estava gelando meus pulmões antes. Mas tem jeito de contornar isso? De contornar o ar gelado que aspiramos durante uma prova no inverno ou em manhã fria? Aguardo respostas.

Reprodução da home da Meia de Sampa, mostrando o percurso
Continuei correndo. Estranhei que minhas mãos não se esquentassem. Puxei o ritmo, esperando que isso aumentasse meu calor. Não aumentou tão cedo. Possivelmente isso deve ser uma coisa bem boba da minha parte. Quem sabe até idiota. O corpo não pode estar muito quente, não é?! Mas naquela hora eu queria que ele estivesse mais quentinho. Estar com as mãos tão geladas me incomodava. Efeito psicológico.

Depois do km 6 senti de novo a boca muito seca. Tive de pegar mais um copo. Corri um tempo com ele na mão para "aquecer" o líquido. Já estava na pista de areia do jockey. Imaginei que a areia seria mais difícil de correr porque pesa. Pelo menos é o que sinto quando corro na praia. Corri mais um pouco e abri o copo. Na hora que a água escorreu pela minha mão, saquei. Estava gelada. Que ideia imbecil gelar os copos desse jeito. Caramba, estamos no inverno! Vai ver que só eu reclamo.

Bebi um pouco da água gelada, encostei um segundo num lugar para colocar o copo em um equipamento que era para a largada dos cavalos. E prossegui. Foi nesse instante que tive um acesso de tosse. Já tinha passado o km 7. A tosse me revelou o estado dos pulmões. Carregados. Correr tossindo não é legal. Segurei. As narinas pareciam entupidas. Lindo, pensei. Ainda não assim não desanimei. Faltavam 3 quilômetros. Ficha. O equivalente a duas voltas no Parque da Luz, meu CT particular. Joguei assim com minha cabeça para me estimular. Dei uma acelerada. Queria terminar logo porque sentia a gripe começando a me afetar. Mesmo.

Passei o km 8 e me felicitei internamente porque achava que tinha feito melhor do que na minha prova anterior, que foi de 8 km. Pudera. Na Meia de Sampa, só teve subida e descida na primeira metade do percurso. Mas aí aconteceu o que eu não esperava. Meus pulmões começaram a entrar em colapso. Devia ser a soma de tanto ar gelado entrando no peito, mais as águas geladas que eu tomei, mais as narinas se fechando. 

De repente o esforço ficou muito maior. Eu tinha entrado numa parte que passava perto das cavalariças. Havia bosta de cavalo no meio do caminho. Ainda conseguia sentir aquela aroma desagradável, mas aos poucos o ar começou a faltar. Tentava respirar, puxava e eu sentia que vinha algo. Mas não era bem o que eu esperava. O peito estava carregado de (eca) catarro. Veio uma ânsia. Insisti. Não queria parar. Eu via a placa de 9 km a poucos metros. A ânsia voltou. Meu corpo gritou: pare! E foi um grito tão forte que não teve jeito. Tive de ceder. 

Parei de correr, meu pulmão explodiu. Eu arfava tão alto que fiquei pensando nas pessoas passando por mim e dizendo: "nossa, essa está morrendo". Puxava o ar pela boca, do peito vinha um chiado. Tossi. Aquela tosse carregada. Não vomitei. Consegui superar a ânsia. Lembrei da vez que tive uma pneumonia tão forte que respirar doía. Não era exatamente o caso. Mas respirar estava complicado. 

Não tinha parado de me mover nem um instante. Caminhava. Não tão devagar, mas caminhava. Via as pessoas me ultrapassando. E eu arfando, parecendo asmática. As vias aéreas estavam completamente congestionadas. Deu vontade de chorar. Passei pela placa do km 9 com tanta tristeza que se alguém falasse comigo naquele instante eu teria desabado. 

Continuei andando. Não sei exatamente quanto andei. Acho que voltei a correr quando faltavam uns 700 metros para a chegada. Porque quando passei pela placa dos 500 metros eu já estava correndo, tentando recuperar o tempo perdido. Eu sentia o esforço, claro. Foi no sacrifício que fiz a parte derradeira. Ter andado por aqueles metros me deu a chance de recuperar um pouco das minhas condições pulmonares. Foi um mínimo. Mas o mínimo que bastou.

Acelerei o que pude. Não foi grande coisa. Cruzei a chegada sem vibrar do jeito que gostaria. Estava feliz de ter concluído, sim. Mas estava arfando de novo. Fui pegar um copo d´água e quis agradecer. A voz mal saiu. E saiu daquele jeito: anasalada, sem força, totalmente alterada. Só de me ouvir a pessoa já sabia que eu estava gripada. Tentei abrir o copo, só que eu estava sem força e ânimo que não consegui. Resultado: levei o copo comigo, fechado. Desse jeito tristonho fui receber minha medalha. Antes tive de me abaixar para tirar o chip do tênis. Percebi que precisava usar lenços de papel. Felizmente, eu tinha comigo.

Após a linha de chegada, mais uma voltinha e você ganha água. Gelada. Faltou a organização perceber esse detalhe. De resto, para mim tudo esteve ok
Ou seja, terminei a prova acabada, sem me dar conta de que tinha conseguido superar a gripe, ainda que por pouco, muito pouco. Naquele minuto, eu só percebia o mal estar geral do meu corpo. Encontrei um amigo e sua mulher. Queria estar exultante. Consegui falar: estou muito mal. Eles me ajudaram bastante. Obrigada! Me deram apoio e ficaram ali comigo, naquele instante em que eu tentava me recuperar. Depois, quando eles se foram, sentei-me num canto e falei com outro amigo ao telefone. Foi bom. Daí, me toquei que, embora estivesse de blusa (que vesti pouco depois da prova, para não  sofrer com qualquer vento), o frio me atingia. O ar gelado estava me envolvendo e a temperatura da corrida começava a baixar. 

Tinha passado por uma quick massage e avisei à mulher que estava gripada. Ela deu uns tapinhas nas costas e eu tossi de novo. "É para ajudar a soltar", disse-me. Agradeci fracamente. Não eram só as pernas que sentiam o esforço físico. Minhas costas, minha cabeça, meu peito... tudo pesava e doía.

Fui até a estação de trem Cidade Jardim. Cheguei lá e a composição que me levaria até Pinheiros - de lá pegaria o metrô - tinha acabado de sair. Lástima. Fiquei esperando outra. Mas esperei tanto que a temperatura da corrida foi embora todinha. O suor secou na roupa e passei a tremer de frio. Não tive dúvidas: saquei o xale preto da mochila e voltei a ficar bonita. Engraçado é que depois cruzei no metrô Pinheiros com gente de cosplay (havia o Anime Friends ontem) e uns religiosos vestidos com trajes beneditinos (suspeito, não manjo muito disso). Beleza: eu de corredora de xale, a garota de "quimono" e cabelo azul e um monte de gente com aquela roupa marrom e corda fazendo de cinto. 

No elevador de casa, antevendo a hora de me jogar na cama. Olha um pedaço do xale aparecendo.

Em casa, tomei um café e parti para a recuperação. Banho, cama, água. Não fiz mais nada. Hoje, segunda-feira, o peito ainda está carregado. Se eu falar com alguém vão sacar, pela minha voz, que estou gripada. Sinto-me melhor, porém. Olhando daqui até entendo que não foi tão ruim o resultado que obtive na Meia de Sampa: 01:03:43.85. Na minha categoria, terminei em 16º lugar. Entre todas as mulheres, ocupei a 111ª posição. E na classificação total: 613. Isso porque estava gripada e porque andei uma parte. 

Esta sou eu, embora o nome não tenha a ver
A experiência foi importante. Ainda não sei como usá-la. Quero ver como será a próxima prova.

sábado, 14 de julho de 2012

Ser improvável

Esta semana revivi uma alegria do passado. E revivi não por simples lembrança. Mas por um acontecimento. Que não foi igual ao passado, embora tenha trazido emoções já experimentadas. Falo do título do meu clube, o Palmeiras: campeão da Copa do Brasil de 2012.

Jovem campeão celebrando o título. Crédito: Palmeiras/ fábio menotti (aplicação de efeito sobre a foto)

Quem acompanha futebol sabe que meu time andava mal. Fazia um tempo que amargava resultados medianos ou ruins, más sortes e que tais. Mas quem é torcedor de verdade não abandona. Xinga, lamenta, começa a pensar que o problema é você. Você que traz azar. Você que não pode ver jogo na TV. Ou no estádio. Você não deveria nem existir. Há de tudo quando a paixão clubista bate no peito.

Neste ano, os fatos pareciam me dizer que eu continuava com uma nuvem sobre a cabeça. Nuvem pesada, chovendo, com raios e trovoadas. Por vezes, a sensação melhora. Noutras, a nuvem fica tão preta e gorda que tenho medo de atingir outras pessoas. Seria por essa razão que meu time andava tão por baixo, enxovalhado pela imprensa, massacrado na mídia social (e depois vem gente falar de “anti”! O que se malhou meu time não foi pouco. Então, sem exagerar nesse negócio de “anti”. As pessoas querem fazer piada – muitas vezes de mau gosto – à custa dos outros. Qualquer outro)?

Até que veio a redenção. Contra tudo e contra todos, o Palmeiras foi se superando na Copa do Brasil. Veio tropeçando, ferido em seus brios, sem ter trégua, sem ter um voto de confiança que não fosse de sua torcida (e ela mesma andava desconfiada). Virou mania espezinhar meu time. Mas tudo bem. As pessoas não podem viver para agradar às demais. Apesar disso, muitas vezes fiquei aborrecida por perceber que se abusava. Não. Abuso não. Ninguém precisa me amar. Mas me desrespeitar, isso não.

Por isso, quando veio o título, vibrei, pulei, senti a emoção tomar o corpo. Queria dizer: isso sim é viver. É sair debaixo e atingir o topo, mesmo com o vento contra, mesmo com a maré jogando forte contra o casco. 

Torcida que canta e vibra. Contra tudo e contra todos. Reprodução da TV

Daí, veio, aos poucos, a razão assumir o controle da situação. Começaram a se espalhar as comemorações. Campeões invictos, ressaltavam uns. Confesso que isso não me tocou. Não se tratava disso. O ponto alto da conquista, na minha opinião, não se referia à condição de invicto. Isso foi um fator importantíssimo para o título, claro. Mas o maior deles, para mim, estava na superação. Em vencer mais do que o jogo. Em vencer a descrença e vencer as depreciações que se faziam.

Ilustração retirada do Facebook, após a conquista da Copa do Brasil 2012

Ser invicto, no final, pouco me emocionava. O que me importava de verdade era uma palavra que surgiu aqui e ali, logo após a conquista, e depois se espalhou em uma série de artigos, textos, comentários. Improvável. Sim, isso me dizia algo.

Primeiro falaram do “herói improvável”, que era Betinho, ex-jogador do São Caetano que entrou no lugar do artilheiro Barcos. Ele não tinha nem um contrato longo com o clube naquela partida. Mas desviou a bola da cobrança de falta de Marcos Assunção. Bola que resultou no gol de empate, o gol que assegurou o título.

Herói improvável. Depois, título improvável. Ok. Era improvável, mas sem sabermos disso fomos lá e vencemos.

Ser improvável. Muito melhor do que ser invicto, diante do contexto que envolveu o clube. Quer dizer que você remou contra a maré, e não se intimidou. Isso tem valor! 

Valdívia: explosão de alegria. O rosto mostrando a emoção de superar toda adversidade

Todos nós já tivemos alguma experiência (acredito) que prova que podemos superar adversidades. Para falar apenas de corrida, na minha primeira vez, lá em dezembro ou janeiro passado, quando tentei correr de verdade, meus pulmões gritaram e eu estava bem longe do primeiro quilômetro. Bem longe. Eu olhava a marca que tinha estabelecido e a via distante. Foi um golpe duro naquele dia. Porque eu acreditava que conseguiria fazer aquele trecho. Afinal, não fumava (nunca fumei), já vinha fazendo caminhadas fortes.

Sabia que estava mal por outros motivos. Quando desisti da meta naquela ocasião, arfava e duvidava se conseguiria, de fato, superar tudo o que me propunha a superar. Meu objetivo final é correr a São Silvestre. Como faria isso se não dava conta de um quilômetro?

Mas a gente tem de insistir. Tem de se preparar e continuar. Voltei a tentar e venci o primeiro quilômetro. Mais do que isso: dei uma volta completa no parque. Eu já estava quase morrendo, já tinha cumprido o quilômetro... no entanto, estava lá uma meta que ainda não tinha atingido: completar uma volta inteira, o que se daria ao atingir uma reta. Uma reta. Vinha de uma pequena subida, o coração explodindo, porém eu a via clara na minha frente. Insisti mais um pouco e cheguei à reta. Naquele momento, eu queria gritar. Ninguém me entenderia. Era uma vitória solitária. Era mais do que cumprir a volta no parque, coisa para o qual não me julgava habilitada naquele momento. Era o primeiro passo na crença de que posso, sim, chegar lá. Dezembro ainda está longe. A São Silvestre ainda está longe. Mas eu posso chegar lá. Eu quero chegar lá. Em janeiro, quando falei dessa meta, talvez soasse improvável.

Isso que contei é bem pequeno perto da “improbabilidade” que era meu time ganhar o campeonato. Foi bom assim. Conquistar o título na descrença e provar que ainda estamos vivos.

Mais legal foi ver isso reconhecido em uma coluna do Xico Sá. Escreveu ele: “Alvo de chacota da imprensa e de pedradas até de parte dos seus próprios fãs, os caubóis da Pompeia se vingaram com o título da nossa taça mais nacional, a única que vai do sertão ao cais, espécie de Coluna Prestes da bola.

Até o discurso da comemoração, você reparou, caro palmeirense, saiu mais para o desagravo, a legítima defesa da honra do grupo, do que para a desabrida alegria da vitória. Muito compreensível. Entendemos a voz empoeirada do velho oeste sem carecer de legenda.

Os caubóis renegados da Pompeia têm pleno direito ao desabafo. Quem acreditava neles? Quase ninguém. E ainda chegaram à decisão com um time em remendos, sem o mago e sem o pirata. Com homens machucados, porém destemidos
.”

E continua o texto: “O triunfo do Palmeiras é de outra natureza. É de bravura. Nem por isso deve deixar de ser celebrado. A coragem talvez seja o maior luxo da condição de ser homem.

Só perde, talvez, para a vergonha na cara. Os renegados da Pompeia souberam dosar as duas qualidades. Mesmo sob chuva de balas não fugiram ao duelo sob o sol das contrariedades. Bravos
.”

Acho que não preciso falar mais. Também sou improvável. E homenageio um dos improváveis campeões, o Marcos Assunção, que sedimentou o caminho para o título. E que chorou como um homem diante das câmeras de TV. 

Marcos Assunção, jogador que faz diferença, mesmo sendo "velho"
Marcos Assunção, que chorou ao falar com o filho, a quem prometera o título. Orgulho no peito
Para finalizar, vai o vídeo que tem repercutido bem na web. Ao menos entre os palmeirenses. Espero que outros saibam apreciar o tom desse trabalho, que é de superação. Ele está bem feito e teve uma ótima escolha de trilha sonora. Particularmente gosto do trecho de “Festival”, da banda Sigur Rós. Esse trecho toca no final de “127 horas”. Esse filme, por sinal, também fala de superação. É isso. Que a gente se supere, mesmo quando isso pareça improvável.


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Você está preparado para a Olimpíada?

Estive recentemente em Londres. Falei disso dois posts atrás. E estive lá quando faltava um mês para o início dos jogos. Disseram-me antes que a cidade não tinha aderido ao espírito olímpico até então. Não posso falar dos cidadãos. Não tenho essa intimidade com os ingleses para saber como eles se portam em acontecimentos como esses. Mas Londres me parecia carregar no peito – ou nas fachadas e decorações – a medalha olímpica.

O povo foi conferir os anéis olímpicos instalados na Tower Bridge quando faltava um mês para o início dos Jogos

Adoro Olimpíada. Ainda era pequena quando comecei a prestar atenção nisso. Não tenho memória vívida de cenas como conquistas, saltos, disputas, mas lembro do meu pai comentando coisas. Ele é um entusiasta de esportes. Uma de minhas irmãs, inclusive, tem o nome de uma importante ginasta russa.

A primeira Olimpíada de que me recordo é a de Moscou, em 1980, a do ursinho Misha (como eu me espantei na época quando ele se “mexeu” e quando “chorou” na despedida dos jogos; pensando bem, eu me espanto até agora porque ali não se tratava de tecnologia e sim de gente). Depois dessa imagem, nunca mais me emocionei tanto vendo os Jogos. Antes devo explicar: eu curto muito acompanhar as olimpíadas. Só a emoção de ter visto o Misha chorar não se igualou a nenhuma outra. 

O ursinho Misha está aí, neste vídeo

Voltemos, porém, a Londres 2012. Andei muito de metrô pela zona 1, a dos principais bairros da cidade. E em todos os lugares via mensagens com orientações para a população evitar o caos nos dias olímpicos. Verdade. Se no dia a dia as linhas do metrô e dos trens já são bastante disputadas, imaginem nos Jogos. 

Trafalgar Square exibindo o relógio olímpico (já o enxergou na foto?). Os Jogos serão disputados entre 27 de julho e 12 de agosto

Das mensagens que li, ficou-me a impressão de que o importante é não sair de casa para trabalhar durante a Olimpíada. Se puder fazer home office, faça. Esse é o recado. Fiquei pensando se isso seria aplicável para o Rio de Janeiro. As realidades são tão diferentes hoje... Mas daqui a quatro anos quem sabe não será mais fácil mesmo trabalhar de casa, sem a necessidade de se deslocar pela cidade.

Meu lado prático, porém, me diz outra coisa. O “trabalhe de casa” simplesmente se tornaria “não trabalhe”. E assim as pessoas “discutiriam” seus afazeres dos bares e botecos. Isso, claro, para quem pudesse fazer isso. Supermercados precisam de caixas, atendentes, por exemplo. A menos que em 2016 os sistemas de pagamento estejam tão automatizadas que o fulano chegará com sua cesta de produtos, fará a leitura do código de barras e destravará o sistema que dispara o alarme antifurto assim que o pagamento for registrado. Isso quase existe em Londres já. Há supermercados que fazem tudo isso, exceto a parte de “destravar o alarme antifurto”. Bom, se incluem isso eu não descobri porque paguei minhas compras direitinho.

Outro recado dado pelas peças espalhadas pelo metrô explica que estações ficarão particularmente lotadas. Isso porque elas serão pontos de locomoções para atletas, delegações, jornalistas... 

Não lembro que estação era esta (era uma linha da DLR), mas ia para Stratford, onde está o Parque Olímpico

Enquanto estive lá também lançaram um bonde que une duas regiões já na zona 2, mas que estão compreendidas na área que será impactada pelos Jogos (dúvida: toda a cidade será impactada? Quero dizer, mais diretamente?). Havia o medo de que a obra fosse entregue apenas depois das competições. Ou seja, não é só aqui que paira esse temor. 


Das bandeirinhas espalhadas por Londres por conta do Jubileu da raínha às bandeirinhas celebrando os Jogos. No alto, a vitrine de uma loja perto do Hyde Park e, logo acima, a loja da National Gallery

Lojas e redes de varejo estão fazendo sua parte. Em frente ao Parque Olímpico, no shopping Westfield Stratford City, por exemplo, a gigante John Lewis tem uma área exclusiva para os jogos, com direito a uma janela imensa com vista para uma parte da “cidade” criada para o evento. Vende-se toda sorte de penduricalhos e lembranças. Eu adquiri algumas coisas. As embalagens trazem informações e curiosidades olímpicas. E no espaço grupos escolares fazem um “passeio” para saber mais sobre a competição e os esportes em disputa. 






A rede John Lewis abriu um espaço diferente para a Olimpíada na unidade do novo Westfield Stratford City, shopping cheio de marcas renomadas. A área tem até vista para o parque olímpico

Acho que o clima está instalado – pudera! Falta tão pouco tempo. Havia o London Festival, com peças, apresentações, espetáculos ao ar livre. E também foi lançada a música do Muse que embala os Jogos. Ela já se encontra no YouTube. Espero que os ingleses façam desta a primeira Olimpíada social de verdade. Social, de mídia social - há links oficiais para o evento (o site oficial está aqui, bem como estão relacionadas as páginas do Twitter, do Facebook e do YouTube). Não sei como estão os projetos para legar algo à população, nem estou por dentro de ações que beneficiem o público mais carente da cidade. Mas acho que esse pode ser um papel nosso, do Brasil, para os Jogos de 2016. 

O relógio paralímpico, cujos Jogos acontecem após as competições que começam no dia 27(sobre a foto, desculpem minha falta de graça. É difícil ser charming qdo se sabe que todos te olham correndo para conseguir se posicionar depois de disparado o timer da máquina. Cada bobagem que faço)

Já embarquei no espírito olímpico. Tô na contagem, esperando que os Jogos comecem logo. Estou pronta. Então, que venha Londres 2012!



"Survival", a música do Muse para os Jogos. A versão liberada pelo IOC (o comitê internacional) está aqui (ele não abre no blog): vídeo que não consegui subir.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Viagem sem mapa (de papel)

Copiado tal e qual do meu Tumblr, o Oh My God (para ler no local original, clique aqui: post no lecastel.tumblr.com.


Viagem sem mapa (de papel)
Estou em Minas Gerais. E para fazer um passeio na última semana de férias eu e uma de minhas irmãs contamos com o acaso. A viagem, que ganhou o acréscimo de minha filhotinha já nos finalmentes, foi montada com o desejo, sem conferir mapas físicos, checando apenas as dicas de quem conhece e os telefones de alguns hotéis. Uma aventura? Sim.

Mas a experiência serve para dizer que dá para viajar sem recorrer a um guia rodoviário tradicional. Dá. Só que tem horas que surgem aflições.

Usamos o GPS do Nokia Maps, que considero o melhor aplicativo do gênero em smartphones. Mais um aplicativo para iPad, baixado pela sister, para apoiar as decisões do Nokia. E ainda o Google Maps que vem embarcado no tablet da Apple (no caso, o do meu aparelho), para tirar dúvidas. E assim fomos.

Estava indo tudo bem até que:

1. Houve um acidente na estrada.

2. Levamos mais tempo do que imaginávamos para chegar ao destino 2 (Ouro Preto).

Sobre o acidente - estávamos na Fernão Dias, perto de Lavras, quando às 11h30, no pedágio, soubemos de um acidente grave. Um caminhão do tipo cegonheira, carregado com 11 carros, tombou na estrada. Na queda, vazou diesel e aquilo pegou fogo, provocando um transtorno cuja extensão fugia da nossa imaginação naquele momento (os 11 carros e o vazamento, vimos depois). A queda, o fogo e o resgate fecharam a rodovia. Segundo a atendente do 0800 que consta no bilhete do pedágio, o acidente foi reportado às 10h30. Ficamos paradas, numa fila cuja começo a gente não enxergava. Havia uma estrada de terra que poderíamos tentar pegar. Mas o GPS do celular não indicava onde dava aquele caminho. O aplicativo do iPad não indicava nem a existência daquela via. E o Google Maps mostrava mas não apontava onde terminava aquela estrada. Não dava, portanto, para a gente tentar correr para lá. Ficamos, daí, na pista. E esperamos duas horas para poder andar - e com muito esforço porque o congestionamento superou 6 km.

Cenas da estrada




O trânsito atrás da gente



O trânsito na nossa frente… o acidente lá longe



Marcas do fogo na pista



Dois carros projetados para fora. Dois carros entre os 11 que foram destruídos pelo fogo



E era um carro novinho…



Impressionou passar por esse acidente. Importante: o motorista não se feriu

Sobre o trajeto - o aplicativo baixado no iPad não era lá grande coisa. Parecia ajudar, mas não era o ideal. Perdeu para o GPS. Comecei a usar o Google Maps do meu iPad. Ele propôs um caminho que me pareceu mais interessante. Mas como estávamos confiante no GPS do Nokia, não questionamos as indicações. Quando a coisa começou a demorar (muitas vezes por causa das paradas, congestionamentos e outras chateações da Fernão Dias), chequei o trajeto feito pelo GPS até seu final. Nosso caminho nos colocou perto de Belo Horizonte. Nessa hora, eu me irritei um pouco. Porque o aplicativo está programado para escolher o caminho mais rápido. Mas certamente havia opções mais inteligentes e rápidas. Um mapa completo na nossa mão, consultado antes, teria ajudado nisso. Então, entendo que o erro não foi ter o mapa ali na hora, e sim não ter estudado antes o mapa para determinarmos o percurso mais curto e mais rápido. Com os problemas da Fernão Dias, e mais dois congestionamentos monstruosos que pegamos nas imediações de Contagem, demoramos cinco horas a mais em cima do que calculou o GPS (sem incluir a parada para almoçar).

Mas tudo é experiência. É história pra contar.

domingo, 1 de julho de 2012

Londres aos bocados

Toda hora tento lembrar a última vez que estive em Londres. Terá sido sete anos atrás? Confesso que não vem à memória e eu teria de apelar a anotações. Não estou com os meios apropriados para isso, porém. Longe de casa, longe do essencial. 

Ou não. O que é o essencial numa viagem? Ter a mente aberta, o espírito tranquilo, um bom par de calçados, o dinheiro adequado (o ideal são outros 500. Mesmo) e a disposição de um estudante. Porque não consigo imaginar viajar sem a vontade de aprender. Ok, por disposição de estudante alguém pode entender a capacidade de entornar garrafas de cerveja e partir pra festa (qualquer festa). Também pode ser. 

Esse “essencial” está comigo. Andar nunca foi um problema para mim. Mas, como comprei o travel card p/ usar no transporte público, nem estou camelando. Vou para um lugar e logo procuro a estação de metrô mais próxima para me deslocar para outra parte. Santo Oyster (o nome dessa coisa). Em outros tempos, eu caminharia um pedaço para fazer render meus bilhetes de metrô (nas outras vezes em Londres eu me esqueci de comprar o cartão adequado para a quantidade de dias que ficaria).

A mente aberta e o espírito tranquilo? Fácil. Nem preciso falar sobre isso – todo mundo embarca assim em viagem, não é?! Acho. Calçados, tô legal. Uso meus tênis e trouxe até um de corrida. Correr só fiz uma vez (no Hyde Park). Tenho vontade de fazer um belo running, mas depois teria de retornar toda suada ao local onde me encontro. E eu estou num albergue. Não dá para largar a mochila com todas suas coisas e sair para correr no parque. Não me sinto segura para tanto.

Trecho de um lugar no Hyde Park onde corri. Foto está no molo.me/lecastel
 
Disposição de estudante também pode incluir essa minha estadia num albergue. Eu poderia pagar um hotel baratinho com um quarto do tamanho de um ovo. Mas resolvi experimentar o hostel que fica na Kensal Green (Bakerloo line). Comparado ao albergue francês onde fiquei dois anos atrás, este necessita melhorar um bocado. Foi baratinho, porém. Pelo custo x benefício, tudo bem.

Tem gente que, a esta altura do campeonato, não iria encarar um hostel. E até descobri que tem albergue que não aceita gente com mais de 45 anos. Ora, ora. Que discriminação. Fico pensando a razão. Será que temem um mal súbito? Será que querem uma imagem de juventude associada ao lugar? Sei lá. Considero, no entanto, essa imposição uma tremenda bobagem. Bem, ainda estou dentro da faixa permitida.

Não é o caso do hostel onde me encontro - eles não têm essa discriminação de idade. Escolhi um quarto para seis mulheres (até ontem, eram cinco hospedadas; uma delas a espanhola Ana, que virou amiga). No hostel de Paris, tive de fazer uma maratona porque fiz reservas em dois quartos diferentes, para poder me abrigar durante a semana que fiquei. E carreguei uma mala pesada por todos os momentos (eu voltava da cobertura do festival internacional de criatividade, de Cannes). Foram momentos muito difíceis. Pobres dos meus músculos e tendões. Em 2009, eu tinha me hospedado em um albergue em El Calafate, na Patagônia argentina, mas fiquei no térreo, o que foi uma mão na roda.

No hostel londrino, peguei um quarto no segundo andar, e minha bolsa não é tão incômoda para carregar como era a mala da viagem para Paris. Lição aprendida. A parte ruim é que o chuveiro está no quarto. Detalhe: chuveiro, não banheiro. No albergue do Calafate, havia um banheiro no quarto. De verdade. No albergue de Paris, os chuveiros ficavam no banheiro comunal (por andar). Aqui, é um box com uma ducha em cada quarto. Resultado: sou obrigada a tomar banho no maior silêncio para não perturbar as outras pessoas. Albergue é um exercício de convivência.

Mas acho que vale a pena, se você tiver disposição para isso. Paguei menos de uma diária de hotel (numa região mais central) por todos os dias que reservei no albergue. Dá para gastar em outras coisas.

A vendedora "my love"

Gastar em outras coisas??? Por que, Deus, por que? Eu tinha ido à região do Olympic Park. Queria xeretar. Queria ver o centro aquático projetado pela Zaha Hadid. Mas fui na quinta-feira 28 e não abriram para o público – não tenho certeza se abririam hoje; o policial que consultei foi muito dúbio em relação a isso. 

Então, fui dar umas voltas pelo shopping center que construíram na entrada do parque olímpico. Shopping fino, cheio de marcas bacanas. Eu estava passando incólume por elas. Comprei sim algumas coisas na Uniqlo, mas eu já ia fazer isso de todo jeito (não foi na Oxford Street porque no dia não encontrei nada que me entusiasmasse). No Westfield Stratford City eu fugia das lojas porque do outro lado da estação havia um centro de compras que eu havia checado antes. Lá se vendiam coisas muito baratas. Camisetas a um pound, três, cinco... Tipo a Zé Paulino de Stratford mas num ambiente mais fechado. Tinha até umas lojas de 99p (99 pences). 

Daí que ter visto primeiro o centro comercial baratinho me vacinou contra os cartazes de “sale” que apareciam nas lojas do Westfield Stratford City. Passei na loja olímpica da John Lewis e estava até disposta a comprar um CD... Então, cruzei um quiosque de uma marca de cosmético. Uma russa me chamou. Pronto. Fui pega. Se alguém com sotaque te chamar, não atenda! É perigoso.

Pois a mulher foi muito convincente. Verdade que o produto é bom. Mas eu não ia comprar um creme de limpeza facial que faz um peeling suave. E nem um sal japonês para lavar minhas mãos e deixa-las lindas e macias como nunca antes na vida. Sério. Esse sal deve ter alguma química que atinge seu cérebro e te deixa mole para as tentações consumistas. E a russa:

- My love, olhe como estão suas mãos. Não estão macias? Suaves, sedosas? Imagine seu corpo inteiro assim, my love.

(Eu imaginei...)

E veio depois o tal do creme que levanta até seu astral. Falei que não queria, obrigada, você foi muito gentil. Mas a russa me agarrou pelo braço.

- Lena, my love, espere... porque gostei muito de você vou falar baixinho (e abaixou o tom de voz) para te oferecer algo especial. Você gostou desse produto que tem o sal japonês, não é? É meu presente. Reduzo o preço do creme e te dou o outro produto.

Acabei comprando. Estava saindo quando veio a outra vendedora. Fez uma demonstração de produtos no meu rosto. Ficou tão bom que, quando me vi no espelho, disse:

- Congratulations!

Realmente muito bom. Mas a máscara era caríssima. Tipo 300 pounds. E ela: “my love, te faço uma oferta especial”. Eu não posso, respondi. E a mulher foi baixando o preço. Baixando, baixando. Eu não preciso mesmo de um produto desses. Ou até preciso. Só que estava decidida. Não compraria mais nada do que tinha estabelecido antes da viagem. Essas vendedoras são ótimas. Tinha de escapar. Ela chegou a 69 pounds. “My love, não quero mais lucro. Só quero te ver feliz. E sua pele ficou outra. Tanto que você disse ‘congratulations’. Seu rosto se iluminou de alegria. Tenho certeza que seus filhos gostariam que você se desse esse presente. Você merece”. Sim, eu mereço, my love, mas não vou ceder. Fui embora. A tal química do sal japonês deveria ter se dissipado.

Westfield Stratford City, o centro de compras de luxo em frente ao parque olímpico. Fuja!

Não precisa pagar, mas...

Um amigo me pede dicas. Londres é tão grande e os desejos são tão diversos que fica difícil arranjar dicas que valham para todos. Eu acho que a gente deve programar quais museus visitar. Esses mais famosos são de graça (os privados não), com sugestão de donativos (6 a 7 pounds para o British Museum, por exemplo; 4 a 5 pounds para a National Gallery). Porque não dá para dar uma passadinha e falar que volta depois com mais calma. O “voltar depois” não existe. Ah, sim. Têm de checar quem dá mapa de graça (British, com sugestão de doação) e quem não dá (National Gallery cobra um pound).

British Museum: adoro ver as múmias.

Wi-fi de graça, que beleza

Lugar para comer, por enquanto não posso falar muito. Exceto que procurei várias vezes o Pret a Manger. Primeiro porque gosto do estilo. Tomei muitas sopas. Segundo porque tem wi-fi de graça, basta se cadastrar.

Falando nisso, wi-fi de graça é o que há. No Starbucks também tem (mas eu não usei lá). No John Lewis, idem. E em algumas estações de metrô. Na Westminster funciona. Só tem de fazer cadastro nos serviços das empresas que oferecem o wi-fi. Tenho utilizado na boa. A liberação do wi-fi no metrô é por conta da Virgin Media. Olha que bela maneira de uma marca aparecer...

Cobra-se pra rezar?

Por falar em Westminster, não sabia que se cobrava para entrar na abadia. Como assim? Uma amiga que mora aqui faz sete anos disse que sempre se cobrou. Respondi que não porque 18 anos atrás, quando morei em Londres, na Zona 4, por um singelo mês, não se pagava nada para entrar lá. Bom, de todo modo, eu não paguei. Não entrei. Quer apenas rezar? Vá à igreja de St. Margareth. Não se cobra para entrar.


Harry Potter? Tem de reservar

O que eu pagava? Pagava pelo tour no Warner Bros Studio que mostra o making of do Harry Potter. Fiquei triste de não conseguir “bookar”. Então, se você pretende visitar a capital inglesa e gosta da aventura criada pela J.K. Rowling, reserve seu bilhete. Custa algo como 28 ou 26 pounds. Agora esqueci, mas está no site. Falando nisso, se quiser fazer uma foto na plataforma 9 ¾ (que virou 9 ½ no Brasil), vá até King’s Cross Station e depois das plataformas 11 – 10 – 09 (acho que são três), você encontra uma loja de livros e, na sequência, o carrinho de malas enfiado na parede. Eu fingi que o Dobby tinha impedido minha passagem.

Não tive o making of do Harry Potter, mas fui até King´s Cross Station