E para dar um gosto bom a esta mensagem de final de ano, peguei meu livro “Obras completas de Carlos Drummond de Andrade”. É uma obra de 2020 páginas em papel bíblia que adquiri em junho de 1989 (tenho o hábito de anotar meu nome e data da compra – ou do presente dado por x – numa das primeiras páginas). Abri o livro ao acaso. Abaixo, uma prosa de Drummond para quem teve paciência de ler tudo isso.
“O Clube dos Desconfiados teve existência breve. Sua utilidade era indiscutível. Por isso congregou inúmeros desconfiados, que em sociedade se sentiriam mais garantidos contra possíveis más intenções e surpresas desagradáveis. Uma vez reunidos e organizados, com estatutos e diretoria, passaram a desconfiar uns dos outros e de si mesmos. Marcada assembleia-geral extraordinária para exame da situação, ninguém compareceu. Ficaram todos nas esquinas próximas, espiando quem entrava na sede. O porteiro, desconfiadíssimo, sumiu.”
Aquele Clube – Contos Plausíveis. CDA.
El Chalten, na Patagônia Argentina. Eu peguei essa trilha. |
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