sábado, 31 de dezembro de 2011

Minha despedida do ano

Um amigo disse que 2011 foi intenso. Acredito que foi. Isso não quer dizer que tenha sido bom para todos no saldo final. Qualquer que seja a avaliação (2011 regular, ruim, maravilhoso ou triste), por mais que digam que não é o ano que muda algo e sim você, ainda assim penso que este momento gera o desejo de mudar para melhor (desculpem o clichê; afinal nunca ouvi alguém que queira mudar para pior). Então, que 2012 seja melhor. Se você o fará melhor, ótimo. Se prefere confiar nos desígnios alheios – ou na história escrita por mão invisível (há quem diga que somos predestinados) –, ok. Não estou aqui para censurar crenças, se eu mesma duvido hoje de coisas que não duvidava antes. Mas a vida é isso: um contínuo refazer. De fato, estou aprendendo a caminhar de novo. Talvez outros mais também estejam. Seja você um novo caminhante ou um velho andarilho, feliz 2012.

E para dar um gosto bom a esta mensagem de final de ano, peguei meu livro “Obras completas de Carlos Drummond de Andrade”. É uma obra de 2020 páginas em papel bíblia que adquiri em junho de 1989 (tenho o hábito de anotar meu nome e data da compra – ou do presente dado por x – numa das primeiras páginas). Abri o livro ao acaso. Abaixo, uma prosa de Drummond para quem teve paciência de ler tudo isso.

“O Clube dos Desconfiados teve existência breve. Sua utilidade era indiscutível. Por isso congregou inúmeros desconfiados, que em sociedade se sentiriam mais garantidos contra possíveis más intenções e surpresas desagradáveis. Uma vez reunidos e organizados, com estatutos e diretoria, passaram a desconfiar uns dos outros e de si mesmos. Marcada assembleia-geral extraordinária para exame da situação, ninguém compareceu. Ficaram todos nas esquinas próximas, espiando quem entrava na sede. O porteiro, desconfiadíssimo, sumiu.”

Aquele Clube – Contos Plausíveis. CDA.

El Chalten, na Patagônia Argentina. Eu peguei essa trilha.

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