Fica muito difícil voltar mesmo. Ainda mais se você acaba de passar pelo "show da sua vida". Essa reflexão me acompanhou depois de ter visto "The Wall - Live", do Roger Waters. Certamente, um espetáculo. Já na abertura meu coração pulou. A produção do show, muito competente, instalou um sistema de som que me dava a impressão de estar com um som surround mega ultra power. Eu não entendo dessa linguagem de som (teria de perguntar para o meu irmão caçula), mas eu me via cercada pela trilha sonora.
O começo do show The Wall - Live
Vou tentar explicar. Havia o palco e os tijolos cenográficos para compor o muro. E veio a música. No final, um som de avião sobrevoando... o Morumbi?! Por um instante, pareceu-me isso. Mas não era. Olhei para trás, iludida. Não tinha avião. Bem, eu não lembrava de The Wall. Vi quando era uma menina e a história não ficou na memória. Mas minha irmã Tati sabia tudo - ela esclarecia algumas coisas. De repente, metralhadoras. E então um avião cenográfico, que eu não tinha visto, desliza por um fio e se choca contra o muro. Uau. Fogos de artifício simulando bombas, a música se elevando. Meu coração pulando.
Roger Waters está ótimo. Que energia!
I believe! Yes, I believe, Mr. Waters.
Foi um início ferrado. E o restante do show teve uma série de momentos memoráveis. Sim, daqueles que você deveria contar para os seus filhos. Another Brick in The Wall, por exemplo. Incrível ver as crianças cantando junto, no palco, com o Roger Waters. E, claro, teve Comfortably Numb. Para ficar perfeito, perfeito... só com o David Gilmour aparecendo também.
E com tudo isso posso dizer que foi o show da minha vida?
(...)
Não. E não me crucifiquem os fãs. O show foi muito, muito, muito bom. Certamente entra na lista dos top. Mas existe algo que manda mais na gente: a afinidade com a banda ou com o músico. Nesse sentido, por mais que eu tenha gostado do "The Wall - Live", e por mais que eu admire Pink Floyd e Roger Waters, eles não ocupam a porção mais alta do meu coração musical.
Esse lugar, o topo, permanece ocupado. Pelo Radiohead. Exatamente aquele show que fez o Isay Weinfeld perguntar o que foi aquela força que passou por ele. Aquela noite, o céu se juntou à terra. Para mim e mais para um monte de gente. Foi algo acima de qualquer poder descritivo que eu tenha. Então, neste minuto, digo: o show da minha vida foi o do Radiohead aqui em São Paulo.
Dono do segundo lugar - mas que segundo lugar! - está o Morrissey, no show deste ano. O tanto que eu adoro esse cara poderia levar algum amigo meu a pensar que eu o colocaria sozinho no meu Olimpo musical. Eu realmente amo o Morrissey. Gostaria de ser amiga dele, mesmo ele não querendo ser meu amigo (algo facilmente imaginável em se tratando do bardo de Manchester). Se me perguntam se tenho ídolos, respondo que não. Não penso muito em ídolos. Mas se a pergunta muda para "O que é Morrissey pra vc?", eu diria algo como... "tudo". Praticamente meu ídolo (bem diz o Carlos Drummond: "lutar com as palavras é a luta mais vã"). Certo que são respostas com aquele ardor exagerado como de muitos fãs. Mas Morrissey fala por mim, como também fala o Moby.
Por que seu show não seria o número 1? Porque teve algumas míseras falhas técnicas (que não me perturbaram). E essas falhas não deixaram o show perfeito para uma parte do público. E teve uma exigência do Morrissey que eu considero que atrapalhou os demais. Ele não permitiu o uso de telões. Uma pena. Mas eu estava na pista vip (paguei caro por ser muito fã) e quase não percebi erros - nem senti falta dos telões. Uma hora o som teve um erro, deu uma microfonia e eu consegui sentir o Morrissey querendo fuzilar alguém. Só que ele não fez um ai, nem uma cara. Foi mais o olhar. Captei pelo olhar, que doido!
Amo este homem: Morrissey
O terceiro melhor show da minha vida? Tenho dúvidas. Pode ser o Roger Waters. Pode ser o Moby. Pode ser o Stereophonics, que também a-do-ro (ai, Kelly Jones, que voz vc tem. Ahn, Kelly, em questão, é nome do líder da banda, um cara do País de Gales). Pode ser o primeiro Echo & The Bunnymen que vi, no Anhembi, na primeira vez deles no Brasil. Pode ser o Chico Buarque (suspiros). Nossa, pode ser tanta coisa.
O mais legal agora é pensar que o show da minha vida pode estar para acontecer. Foo Fighters se apresenta daqui a pouco. Esperei muito tempo por eles. E também a-do-ro Dave Grohl. Difícil falar muito mais.
Sou uma pessoa muito musical. Notinhas musicais circulam nas minhas veias, me fazem dormir, me fazem acordar, pular, sonhar, respirar e esperar. Tenho muito para ver e ouvir ainda. Let´s rock.
By the way, qual o show da sua vida?
Puxa, Lena, perguntinha difícil esta...Tenho alguns shows que realmente mexeram comigo.
ResponderExcluirListinha de 10:
1- Roberto em Jerusalém
2- Radiohead em SP
3 - Rolling Stones em SP ( adorei os bonecões, fogo, MIck Jagger pulando, a energia da galera)
4- Madonna ( o primeiro da década de 90)
5- Raul Seixas e Camisa de Vênus (pela degradação do final de carreira).
6- U2 de 2005 ( pelo freje)
7- Chico Buarque (porque a mulherada subiu nas mesas e ficou gritando )
8- Bjork (chata , mas eu gosto)
9 -Caetano e Gil no disco Tropicália 2 ( era muito novinha e curtia muito os dois na época)
10 - Todos do RC
Mas vou pensar mais sobre o assunto....e tem tanto coisa ainda que quero ver. Pena que tenho preguiça dos shows de estádio. Belo post. bjos.
Chico Buarque (Cidades) está entre os shows tops do coração! Radiohead nem preciso dizer mais. Rolling Stones não vi. Poderia ter visto. Hoje não assistiria mais, exceto se fosse convidada. O do U2 de 2005 eu perdi. Mas vi o primeiro deles no Brasil. Boa lista. Bjs
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